Hoje parei
Olhei para trás e vi
Tão claro como nunca e assustei-me
Tudo me veio à memória
Tudo
Até o que na mais recondita lembrança se escondia
E voltei a assustar-me
Tive medo
Mas a vontade superou a vontade
A vontade de ti que durante muito me dominou
Essa vontade contra a qual lutei
Mas que afinal não passou
Apenas estava adormecida
E agora que fazer
Com tanto na memória que me trouxe de novo a ti
Recordo então a paixão
A paixão que evoluiu para amor
E aqui perdi-me de novo por ti
Ha tanto que não te vejo
E ao pouco que te toquei
Lembro-me da sorte
Que te entregou a mim
E à estupidez que de ti me afastou
Às conversas que tivemos
Os segredos que partilhamos
As provocações que nos fizemos
O tempo que passamos juntos
O bate e foge que lutamos
As pistas que nos demos
Levam-me a crer que a amizade era amor
A distância que hoje é curta antes era longe
Desculpas
O que eu tinha era medo
Medo de te perder depois de te ter
Medo
Tudo afinal se resume a medo
Ou cobardia
A uma cobardia inclassificável
A uma atitude disparatada
E só agora que parei
Percebo o que perdi
Tudo
Fevereiro de 2008
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